domingo, fevereiro 26, 2006

Capítulo 17: Quando os Homens Conseguem se Superar em Escrotice...

Já havia ouvido algumas vezes, principalmente no ônibus que pegava pra facul, os caras comentarem sobre mulheres e das formas mais nojentas que poderia imaginar, coisas como "ah, fulana mora sozinha, (ela)é fácil!" e baboseira de um bando de moleques que estavam com os hormônios transbordando - além do machismo.

Só que ouvir isso sem ser uma rodinha de homens e você (mulher) ouvir apenas "sem querer" se torna ainda mais degradante (deveria ser pra ele).

Não sei porque um homem acha legal falar sobre seus relacionamentos anteriores com tanto desprezo - minha teoria é de que ele é quem está magoado e se faz de forte.
Mas ouvir coisas pelas quais ninguém tem interesse - ou não deveriam interessar a ninguém além dele - é desconfortável, pelo menos pra mim...

Um cara novo que veio trabalhar no mesmo lugar que eu, em 15 dias já se mostrou a que veio, numa conversa com outra mulher que trabalha por lá já disse que mora sozinho, mas sempre tem "uma doida" para morar com ele e fica lá falando "agora eu não quero mais, quero ficar sozinho, isso que é bom!" e diz que morou com várias, que tem dois filhos, até aí, normal se tivesse algum propósito ficar fazendo propaganda da sua própria vida...
Em outro dia, uma sobrinha de um casal que trabalha lá - e ela já trabalhou por lá também - começa a falar do chifre que levou do noivo (porque ela também resolveu contar de sua vida pessoal, eu não sei, peguei a conversa na metade).
Daí o nosso amigo resolve dar seus conselhos, de que homem não pensa com o coração como a mulher, pensa com a cabeça e a moça completa "com a debaixo, né?". Ele concorda e começa a discorrer que relacionamento é perda de tempo. Que ele estava louco para ficar com uma garota "gatinha, linda", mas estava namorando e depois terminou e aí? Poderia ter ficado com a outra também. Outro cara - comprometido - resolveu dar seu pitaco "mas tem tantas coisas que deixamos de fazer, não é só isso, não é só isso que vale". E o cara "mas a menina era gata de tudo! teria ficado com ela, agora não tenho nenhuma".
Até aí, parecem coisas bobas, mas o que eu achei mais chato foi isso quando falava que o homem pensa com a outra cabeça:
"ah, é só sexo, o momento, no outro dia você nem quer olhar para a fulana, tem ódio dela estar ali ainda, de não ter ido embora, não é remorso, é que era só na hora, depois, nada feito. Remorso é coisa de Igreja, que você coloca na cabeça, eu não...".
Ou: "conheci uma maluca aí na balada, convidei ela pra ir lá em casa, quando chegamos lá ela ficou se fazendo de difícil e eu disse 'você queria o quê?' depois ela acabou aceitando... hunf, não entendo essas doidas"...

Parece tudo super normal pra muita gente, mas eu só fico pensando numa coisa: eu e ninguém ali temos nada a ver com a vida dele, não tinha o mínimo interesse em saber de nada. Não achei que ele se mostrou o "macho man" com isso, para mim, só mostrou que é muito escroto e o bom é que é um escroto/tosco assumido.

Pelo menos eu já sei que devo atravessar a rua quando o encontrar no mesmo lado da calçada (uahahahahahha peguei pesado ahahhhaahha)

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Capítulo 16: Menos Pudor ou Mais Madura?

Andei pensando sobre como vejo os homens hoje e como os via quando era adolescente.

É engraçado que eu sempre tive não sei se pudor, vergonha, desconhecimento (? rss) quanto a eles, só sei que era uma coisa mais *romântica*, uma visão mais platônica, mais *mundo das idéias* (rsss para ficar em Platão mesmo rss), era uma coisa mais de sentir no coração, vamos dizer assim.
Hoje, consigo os ver, depois de tantos milênios, como *homens*, homens mesmo, de carne e osso. Não me importo em falar que acho lindo um bumbum (mas ainda escrevo com certo pudor heheehhehe), coisa que eu acharia, há uns 15 anos, por exemplo, impensável: era só o rosto ou o conjunto da obra. Claro que garotas da minha idade na época conseguiam ver tudo isso que eu não via.
Sempre fui uma garota reprimida, mas acho que, com o passar do tempo, você vê que toda aquela vergonha de falar de certas coisas, ou pensar tais coisas - estamos falando de sexo? claro! até que enfim não é só no nome desse blog! rsss - não valem a pena. Não adiantou nada ficar reprimindo ou escondendo que se é de carne e osso, um dia os hormônios (ou a repressão? o guardar instintos, sentimentos?) explodem, cansam de serem ignorados.
Uma hora você descobre que é mulher e não tem volta.
Você vai sonhar com aqueles lábios lhe beijando - sonhar acordada.
Um dia você vai ver uma foto de um cara do cinema (Johnny Depp? rsss quem mais? rss) e pensar besteira (será que seria besteira mesmo? besteira é só pensar??)
Vai ver outros casais se beijando ardentemente e vai querer muito estar no lugar deles.

Um dia você tem que acordar e ver que você deseja e quer ser desejada.
E que não adiantou tudo o que fizeram para lhe *enclausurar*, para fazer de você mais uma mulher sem vontades, só feita para aceitar e se submeter...

Capítulo cabuloso esse...

Usei os ** porque não está funcionando as aspas aqui...