segunda-feira, agosto 30, 2010

Live together, die alone

Esse blog sempre teve o intuito de falar da vida da mulher solteira depois dos 30 ou daquelas que estão chegando lá.



Durante esse tempo que fiquei sem escrever, ouvi depoimentos de mulheres mais velhas que me falaram de uma outra questão. O que me contaram não saiu da cabeça e eu só pensava nessa frase título do post - de Lost.



As mulheres acima dos 50 ganham um novo dilema, foi o que conferi, seja solteira ou casada, a máxima do Dr. Jack Sheppard fica muito presente nessa fase da vida.



A primeira foi uma senhora solteira, por volta dos 78 anos que disse para que eu me "arranjasse", estava na hora, porque é triste ficar como ela, sozinha, e nunca poderia esperar nada dos sobrinhos.

Isso mexeu comigo, fiquei deprimida, pensei no assunto, só que aí vi o outro lado da história: a cunhada dessa senhora é viúva, os filhos moram muito longe e só se falam por telefone. Pessoalmente, só uma vez por ano e essa outra senhora, adoentada por conta da idade, vive sozinha na casa cheia de escadas que ela não consegue usar.

Ou seja: ela teve marido, teve filhos e também está sozinha, também se sente solitária e saudosa do tempo em que todos viviam do lado dela.



A terceira senhora, por volta dos 53, viúva mas vive com outro homem hoje. Disse-me que nunca dependeu de homem pra nada e não seria agora.

O amor acabou, apenas vivem no mesmo teto, mesmo ela sabendo de coisas ruins - envolvendo dinheiro - que esse "companheiro" fez. Por esses problemas financeiros ainda o atura em casa, mas diz que não tem absolutamente nada com ele, que não vê a hora de resolver esse problema pra que ela possa se sentir livre dele (mas se ele quiser, poderá ficar ainda na mesma casa que ela). Ela também está sozinha, e o pior: se enganando, pois disse-me: não preciso de homem pra cuidar de mim, sempre cuidei sozinha de mim e, afinal, pra que se cria um filho?



Cria-se filho para o mundo, não para ser nosso amparo na velhice. Se ele retribuir tudo o que se fez por ele, ótimo, mas nem sempre as coisas são assim, seja porque o filho não quer, seja porque ele simplesmente não pode.