quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Um Carnaval e suas Cinzas

Houve um Carnaval com Mr. Big em que muitas coisas estavam em jogo.

Tínhamos terminado e quando decidi que ia embora para Londres, com tudo certo, Big queria voltar.
Ele disse coisas que me amoleceram, mas, ao mesmo tempo, tive que descarregar tudo que sufocava em meu peito. Fui dura, atirei para todos os lados: o culpei, culpei os amigos dele, menos a mim.

Ficamos nessa briga, mas tentamos nos entender, mas o que é se entender com alguém que você sabe que não estará mais com você porque sua vida está decidida em outro lugar, por um  tempo?

Tentamos viver um Carnaval feliz, mas eu estava travada. Tentei ficar bem a maior parte do tempo, mas eu sofria por antecipação.
Eu tinha medo do final daquele feriadão e o final chegou.
Chorei e ele me consolou, mas consolo não era o que eu queria. O que eu queria era que tudo pudesse ser diferente.

Não que o feriado inteiro tenha sido um mar de rosas, mas acho que o pileque dele e dos amigos me ajudaram a entender que aquele mundo não era mesmo o meu e que eu me enganava.

Acontece que por mais que eu saiba que eu me enganava, por mais que eu saiba que é pra seguir em frente, ainda penso em Big.
Isso me faz mal porque eu não sigo em frente e não posso ficar pensando num passado, eu tenho que viver o presente, como ele deve viver o dele...

Às vezes eu penso que ele aparecerá novamente na minha vida, como nas outras vezes e fico me segurando numa esperança vã. Uma esperança que não deveria mais estar aqui.

Quero que essas cinzas tragam a mudança em mim e que eu pare de querer reviver o que já foi. Quero seguir em frente, mas a razão e a emoção doentia (porque não deve ser normal) estão lutando muito.
Eu sei que não posso querer algo que não é pra mim, mas só penso nisso e isso me faz muito mal, eu sei, mas não entendo.

Não quero conselhos, eles não vão adiantar... eu não sei aceitá-los... mas quero que algo em mim se transforme como as cinzas em vida, novamente.