quarta-feira, março 10, 2010

Felizes para Sempre?

Tenho pensado muito nesta questão do amor, sempre penso muito nele, mas na questão do "felizes para sempre", isso realmente existe?

Há coisa de quase dois meses, faleceu uma tia da minha mãe, uma senhora de mais de 80 anos. Um docinho de pessoa, muito fofa!
O marido dela é vivo e também é uma pessoa adorável que estava totalmente inconformado no velório e enterro...
Depois de mais de 60 anos de casados deve ser muito duro perder a companheira de uma vida toda, pois passaram mais tempos juntos do que solteiros... assim como meu avós que chegaram aos 51 anos de casados e me lembro também da tristeza que abalou meu avô.

Lembro do meu avô falando o quanto minha avó era linda quando jovem, o quanto a amava e a admirava por tudo que passaram juntos com 8 filhos - 1 falecido com dois meses na véspera de Natal - trabalhando na roça de cana no interior de São Paulo.

Vendo casos assim fico sempre pensando se isso existe mesmo... se o amor pode mesmo durar e ultrapassar anos e até a morte. Se existe tanto amor assim...
Acredito que exista vendo a dor desses senhorinhos tão fofos e que, com certeza, não foram homens tão modernos com suas esposas, mas que as amaram do jeito que sabiam e do jeito que a época obrigava a ser.
Espero um dia ter essa mesma sorte (talvez eu já tenha, mas não é para esse momento).
Espero um dia cantar When I'm sixty-four com este pessoa... daqui há quase 29 anos... e outros 29 se puder...

Às vezes penso que esses casamentos só deram tão certo porque a época exigia que dessem certo, acho que as pessoas tinham uma dose maior de paciência com o outro (principalmente as mulheres e aceitavam até como sina, com resignação) e até compreensão... quem sabe?
Acredito que às duras penas serviam pra enxergar melhor a pessoa que você tinha ao lado e a vida ensinava às pessoas a serem mais obstinadas (ou conformadas?) em que desse certo.
Se fosse só ser conformada ou ver como sina a relação esses homens não sentiriam essa dor tão forte, não lembrariam de suas esposas com tanto amor nos olhos embargados de lágrimas e o coração tão triste.
Duas cenas também se repetiram com esses senhores: os dois me mostraram a foto do dia do casamento deles com uma alegria juvenil, como se estivessem me mostrando a coisa mais importante da vida deles, o tesouro que ganharam e com eles contruíram um vida. Talvez dura, difícil, cheia de necessidades, mas com amor genuíno e verdadeiro, simples e feliz à sua moda.
Não vou esquecer esses porta-retratos que eles levavam junto ao coração para me mostrar a grande alegria que viveram.