sexta-feira, dezembro 18, 2009

No divã com Dr. House Martin

Semana passada fiquei muito irritada em uma consulta médica.
Sentindo uma dor frequente na cabeça, na parte de trás da cabeça, mas só quando eu lavo a cabeça ou ponho a mão exatamente neste lugar que eu sinto a tal dor, resolvi ir ao médico ver o que era...
Já pensava em tomografia ou coisas do tipo...

Depois de esperar duas horas para ser atendida, vendo que todos os pacientes demoravam no consultório, comecei a achar que se tratava de um médico bom, detalhista.
Sonho meu!
Ele ficava era batendo papo com os pacientes e nem se levantava para chamar os pacientes ou mesmo pra examiná-los. Não saiu da cadeira pra nada.

Quando entro no consultório começa a minha raiva: o médico me paquera!!!
Um senhor de mais de 50, com aliançona no dedo e perguntando coisas da minha vida... perplexa...
Claro, ele começou fingindo ser um bom médico: você já fez alguma cirurgia na cabeça, já sofreu algum acidente que tenha batido essa parte da cabeça? Você bebe? Fuma?
E eu sempre respondendo: não e aí... a pergunta:
Você tem namorado? Há quanto tempo está "sem nada"?
Como uma moça bonita como você está sozinho e sem nada? Você chama a atenção...
Minha resposta foi a timidez, me senti tão mal... o que tudo isso tem a ver com a dor na cabeça?? E a coceira nos pés que não param? Algum remédio?
E ele: então você é difícil ou chata. Ainda mais professora de português.
Porque, você sabe, homem é tudo safado, não importa se é timida, ele vai se encostando...

NOOOJOOO!!!

Meu, esse homem é Freud? E se fosse, não precisaria fazer um acompanhamento longo para saber do que está falando??? Acho que Freud também não seria tão indelicado e safado!!!!
Como um médico pode ser tão anti-ético? Como ele pode achar que minha dor é só um "ponto de dor" por conta dos remédios que tomo ou tensão? Tensão por falta de homem, era isso que ele queria dizer...
Como alguém pode falar assim sem ler um histórico do paciente ou sem nunca ter me consultado?
Que preconceito é esse? Que "oferecimento" é esse?
Bem, então é assim: qualquer dor que eu tiver agora não é nada, é falta de homem!
Sem mesmo saber quais são minhas escolhas e meus planos de vida... definitivamente, não era nem Freud nem House...