quinta-feira, dezembro 19, 2013

Do Vazio

Pois é, há pouco tempo escrevi sobre não querer me relacionar, ainda não quero, mas o vazio me machuca...

Tentei fazer aproximações que poderiam ser faca de dois gumes, mas vejo que não é o caminho mais acertado... a solidão bateu... quem mandou parar de fazer mil coisas ao mesmo tempo?
Enquanto fazia isso, doía menos...

domingo, dezembro 01, 2013

Joga-se a toalha, fica a dor

Numa das minhas últimas postagens falei que cansei, que não quero mais ninguém na minha vida.

Continuo firme nisso, mas este não é o motivo de tanto hiato neste blog, acho que ando numa fase pouco criativa pra escrever.
Ideias eu tenho, temas, falta tempo pra escrever e quando tenho parece que não flui... uma pena... mas espero voltar a escrever aqui e nos outros blogs que tenho.

Votando, como disse, joguei a toalha, cansei de sofrer por amor.
Às vezes vejo caras interessantes, mas coloco obstáculos do tipo: nunca que ele iria olhar pra mim; bonito, mas com certeza ordinário; deve ser o tipo que gosta de falar pros amigos das suas peripécias e jogar a menina no lixo; deve ser gay; que imbecil! olha as coisas que ele estava conversando... e assim vai...

Claro que tem dias que me sinto triste de estar sozinha, não vou mentir, mas aí me lembro de tudo que sofri e fico queitinha de novo...

O problema (ou não) é que parece que estou ficando menos fechada... ou acho que estou pensando em tentar novamente, mas isso não é certeza... nada é certeza.

Tem dia que a recaída é até por "exs", mas aí eu lembro de algumas situações imensamente constrangedoras e que aguentei para estar com alguém (será que era amor? acho que não... ou será que sim? veja o nível das dúvidas...), situações que não quero nunca mais viver, mas tenho medo de viver por achar que minha carência que vira tolerância falarem mais alto.

Não quero mais ser tolerante, pra mim, tolerância em relacionamento amoroso só quer dizer uma coisa: sufocar o que tem de errado e ficar se iludindo, se frustrando mais e mais numa relação que nasceu fadada a nem ter existido.

Vejo sempre tanta gente em relacionamentos em que aguentam o que eu decidi não aguentar: problemas com bebida, traição, ofensas em forma de brincadeira (mas não deixam de ser ofensas), controlar o outro (essa, pra mim, é a pior) e o que sempre me frustra mais: não contar a verdade/o que sente realmente, guardar para si o que não gosta.

Ficar com a pessoa, mas sempre escondendo que não gostou de tal atitude ou tais palavras e um dia, booom! joga na cara sem cerimônia, sem NUNCA ter dado a entender em NENHUM momento que não gostava daquilo. Fica parecendo que a coisa desandou do nada, quando na verdade já era uma avalanche dentro do outro.

Eu não quero mais guardar bolinhas de neve  que viram uma avalanche pronta a destruir tudo pela frente, minha tolerância chegava a esse ponto e isso nunca fez bem pra mim e, acredito, nem para a outra pessoa, mas sei que muitas vezes a pessoa sabia porque eu estava daquele jeito... só se fazia de vítima... e isso é outra coisa que dá vontade de bater no outro!
Se fazer de desentendido... mesmo você dizendo: as coisas não estão bem... e ele "não! está tudo certo! onde está errado?" na cabeça dele...

Bem, acho que elenquei um monte de coisas para continuar sozinha rsrs

O problema é que não estou feliz assim, mas tenho medo de me envolver, porque eu sei que estou cada vez mais medrosa, insegura e não confiante nos homens...
Parece que o tempo que dei só me fez mais mal do que bem.
Acho que analisei demais os homens e não vejo futuro em nenhum deles, só vejo um bando de caras babacas e a cada geração mais - não que pretenda sair com um menininho, mas ao invés das gerações ficarem melhores, estão piorando, estão mais machistas e ogras... é só ouvir a criançada falar... afinal... eles nascem ouvindo funk... o machismo em forma de batidão.

A dor é essa, jogar a toalha e não me encaixar, mas sempre fui sozinha, então, é uma dor crônica já. Até quando estava com Big eu estava sozinha. É aquela história do viver junto, morrer sozinho de Lost... o problema é que já vivo sozinha... e escolhi isso.

Eu não deveria me sentir sozinha, eu deveria ter meus planos e viver bem, mas não vivo, o vazio não deveria aparecer, mas não sou perfeita, mas também não quero ninguém para me fazer sofrer de novo.

Eu não consigo mais acreditar/confiar no outro.

Então, melhor continuar sofrendo sozinha.

quinta-feira, março 07, 2013

Diálogo (ou Monólogo) Bizarro da Vagina

Parece que essas coisas só acontecem comigo, se já aconteceu com você que está lendo esta postagem, por favor, comente e diga: sim, já aconteceu comigo!


Estava num ponto de ônibus no centro, hoje, procurava um ônibus pro metrô mais próximo porque chovia e levaria uns 10 minutos para chegar à estação, e se fosse a pé, chegaria ensopada.

Uma senhora por volta de uns 65 anos também estava ali esperando. Havia mais umas duas pessoas, mas pegaram um outro ônibus. A senhora puxa conversa, odeio isso, mas quis ser educada com a senhora por conta da idade, fiquei pensando se não faria o mesmo pela minha mãe e me arrependi.

Ela começou a falar da demora dos ônibus e me disse que passava ônibus pra todo lugar ali, fiquei mais tranquila, porque tinha ainda que ir em outro lugar, sair do centrão e ir pra lá de Santana...

Daí ela começa a falar do marido que resmunga que se fosse hoje não se casaria de novo, se soubesse que passaria o que passa hoje, não teria casado e também, como ela disse que o "amigo" do marido está murcho e que odiava aquilo... Odiava ter que fazer as vontades do marido e que agora só machucava a bexiga dela. Que depois que ficou velho, "aquela coisa mole" não dava... e mostrava com a mão como seria a vagina e o troço mole querendo entrar forçando...

Eu ouvia com cara de espanto, nunca esperava ouvir essas coisas de uma senhora... e ela continuava.

Dizia que o filho estava doente e que precisava cuidar dele, mas o marido tinha ciúmes, imagina isso! Que o marido já devia estar avariado da cabeça que fala mesmo pra ela: então dá pra ele!

E ela continuava falando que era bom quando era novo, que aquilo sim era p@u (sim, ela usou esses termos, eu, como pudica, não uso rs) e eu mais impressionada e com vergonha e ela vira e pergunta: você sabe do que estou falando, né? Não tem mais isso de virgem hoje... você não é virgem, né?
Não é casada? Mas já foi noiva... (menti e disse que sim e que não deu certo...) ah, hoje não tem mais disso... você passa anos vivendo para um marido e não tem nada... 

Se fosse jovem hoje e soubesse que seria assim só me casaria com um cara com dinheiro, agora nem dinheiro tenho porque só trabalhei dentro de casa e ele não dá valor.

Eu fiz o peritônio! Agora minha vagina está fechadinha, nem quero mais nada, queria deixar ela quietinha!

Eu estava envergonhada com a conversa, o tempo passando e ônibus nenhum ali ia pra onde eu precisava, me meti na chuva e disse que precisava ir mesmo a pé porque ia me atrasar e deixei a senhora falando sozinha no ponto... sem entender se era ela ou o marido que andava avariado porque a conversa, pra mim, foi pra lá de bizarra...

terça-feira, janeiro 15, 2013

Carta da Leitora

Depois de um longo tempo, estou de volta! Espero que para atualizar com mais rapidez e mais frequência.

A primeira postagem dessa volta é referente a um e-mail enviado por uma leitora do blog que me descobriu procurando sobre relacionamento com ingleses.

Não vou contar aqui a história dela em detalhes, nem citar nomes, só dizer que é uma brasileira confusa por se interessar por um inglês que uma hora mostrava interesse e em outro momento dizia: só quero ser seu amigo. Durante todo o tempo que ela narrou, cerca de uns 3 anos, o máximo que acoteceu foram dois beijos.
Ela, confusa, me encontrou na internet e queria saber se realmente os ingleses são assim.

Vou relatar o que escrevi a ela, mas só os pontos gerais que talvez interessem a outras pessoas que se relacionem com britânicos. Este blog está aberto para você dizer: você está completamente errada!
Só que no caso da leitora que me escreveu, ela acabou concordando com o que disse... não gosto de generalizar, a gente sabe que isso não é bom, mas em alguns casos isso funciona, principalmente quando é a diferença de cultura que influe na história toda, ou não?

"Olá! Li este e o e-mail anterior e fico pensando, primeiramente, se ele não tem problemas de depressão e
que não deve ter procurado uma ajuda à época... mas isso também é comum entre os ingleses porque eles se apegam demais às pessoas que eles têm um relacionamento.

O que eu mais percebi é que eles dão um braço para não terminarem uma relação. Não porque não
conseguem mais viver sem a pessoa, mas porque se acomodam e curtem essa acomodação. Parece uma
coisa até antiquada, do tempo que casais não podiam se separar e tal, mas a maioria engole muita coisa a
seco pra manter uma relação. 
Afinal, uma já foi dificílima de rolar, né?

Ele poderia nem ser feliz com a ex de 6 anos (era inglesa?), mas eles preferem manter o que já tem a tentar de novo. E você percebe que tentar o novo para ele é difícil demais...

Com a convivência que tive com eles, mesmo apenas cordial, senti que a geração entre os 25 e pouco mais
de quarenta - o pessoal que nasceu nos anos 70 e metade dos 80 - eles são travadões mesmo. As pessoas
mais velhas são muito mais joviais - não sei se pelo tempo ter passado e terem percebido que perderam esse tempo ou porque viveram coisas diferentes - sei que são menos encanados. Acredito até que os mais novos tenham crescido numa onda muito forte de "polticamente correto" exagerada. Eles são certinhos demais pra tudo, têm medo de tudo, medo de serem mal entendidos, de cometerem erros que prejudiquem alguém... medo de serem processados por assédio...

Sempre me vem à cabeça essa cena de American Dad, porque é mais ou menos assim:





No último post que escrevi sobre brasileiras que casam com gringos, citei uma moça que trabalhou comigo
que chamou o marido de mendigo (ou vagabundo, não lembro) na cara de todos, só por conta de ele não se
sentir bem com a roupa que estava. 
Ela várias vezes dizia que o marido não entendia porque sempre sorrimos e estamos alegres (nós brasileiros)
e ela dizia que eles que eram travados pra tudo e só conseguiam sair disso bebendo. E ele ficava quieto porque realmente é o que mais se percebia deles.
Ela já mora por lá há uns 6 ou 7 anos, os conhece melhor que eu e eu realmente, pelo pouco que fiquei
(perto do tempo dela) acho que sim, que são travados demais, têm medo de viver. 

Você nunca deve se sentir culpada no caso dele, de jeito nenhum! Você fez o melhor que pôde para fazer
com que ele enxergasse que as coisas não são assim, tudo a ferro e fogo, mas na cabecinha dele criada em
outro lugar, talvez seja dificíl demais entender. Como eu algumas vezes não entendia alguns costumes deles
(como o de "destravar" com bebida).

Porque eles não bebem pouco! Bebem muito, muito, muito!
Pense na pessoa que você conhece que bebe mais aqui no Brasil... essa pessoa cairia antes de algum inglês
sentir o baque da bebida no corpo. Há muitos casos de adolescentes já alcóolatras, vi meninos de 8 anos
felizes no mercado porque deixaram eles sairem de lá com redbull! (outra coisa que são viciados, tomam
pra aguentar o trabalho depois da 'ressacona').
Eles são extremamente educados e organizados e talvez para aguentar a pressão de serem tão certinhos
precisam disso para 'sobreviver'.

Bem, acho que desviei do assunto...

Eu cheguei lá com a maior empolgação de encontrar alguém legal, porque eles são lindos! Tem muito homem gato por lá! Tirei fotos com o celular e mandava pra algumas amigas darem nota rs porque realmente são de parar o trânsito das brasileiras rs (as inglesas cansaram deles e não veem graça rs até preferem brasileiros rs), mas não conseguem ter nenhum tipo de "malícia" com as mulheres.

Lembro que contei no blog que eu, uma brasileira e uma polonesa ficamos num pub por mais de uma hora e
nenhum, NENHUM, cara se aproximou da gente. Todos encarados no rugby
Por mais que o brasileiro seja doente por futebol, uma piscadinha de olho ele sempre dá, sempre dá um
jeitinho! O inglês não sabe o que fazer e fica lá... vendo o jogo, termina o jogo, vai pra casa e dorme. A coisa só muda se uma mulher vier pra cima - ir pra cima mesmo, como as brasileiras fazem pra ficar por lá pra e ter passaporte - e como as inglesas fazem quando bebem muito. Porque elas bebem até mais que eles pra poder chegar até os caras.
Elas é que tem que tomar a iniciativa, ou seja, nós mulheres. O que mais se vê acontecer é ela chegar, se encostar, ele já bebeu, começam a fletar e vão pra casa de um dos dois, só no outro dia vão
tentar lembrar o que aconteceu e com quem. E talvez continuarem juntos. Nem isso dá certeza de que
continue.

Ouvi gente me dizer que eu deveria beber também e entrar na onda... não consigo ser assim.

Chegou uma hora que cansei de me sentir tão desprezada por eles, por esse jeito blazè e o que eu fiz? 
Comecei a encará-los rsrsrs
Parece uma coisa louca pra mim que sou tímida, nunca tinha feito isso na vida, mas eu sabia que eles não encarariam de volta.

Dito e feito: não encaravam, baixavam ou desviavam o olhar. Medo.

Mas fazia isso com ingleses, outras culturas me interpretariam muito mal rs

Houve um período que eu não via que o problema eram eles e ficava sempre me achando feia e gorda e os
via com mulheres muito mais feias e gordas que eu rs até que me toquei que eu não tinha problema.
Claro que tive que me acostumar de novo a não fazer isso aqui no Brasil rs já tinha virado meio automático,
nem me importava e aqui eu sei que não é assim que funciona...

Voltando ao seu e-mail, ele ficou com mais medo de perder a amiga do que qualquer coisa, vocês são
realmente assim tão amigos? Ou só do ponto de vista dele? Porque os ingleses dificilmente fazem amizade
com pessoas de outras nacionalidades, só os mais animados por gostar de música brasileira, por exemplo.
Mesmo assim, ainda é dificíl que eles se enturmem muito. 
O que acontece no seu caso é que ele mora aqui, então é óbvio que ele tenha que fazer amizades aqui senão
não conseguiria viver, só que ele misturou tudo, ao que parece. Só se vocês foram amigos demais para ele ter tanto medo de perder sua amizade, mas como ficaram um bom tempo sem se falar... ele achou uma desculpa pra não 'viver a vida'. Como um bom britânico.

Como já disse, não se sinta culpada. Ele é medroso assim mesmo como a maioria dos ingleses, tem medo de se machucar e machucar os outros. Não acho que foi desinteresse em você. Ele pareceu interessado, mas ele parece muito inseguro, pelo que você conta, e medo aliado à insegurança não ajudam nenhum pouco! 
Ele precisaria se abrasileirar mais para tentar algo e talvez por algum entrave, talvez por essa insegurança e se achar menos no país dos outros, pensar sei lá o que na família dele e amigos na Inglaterra, não consiga seguir em frente com você.
Eles são metódicos demais e você é praticamente algo o tirando dessa 'linha reta' que escolhem viver,
engraçado alguém viver já há um bom tempo no Brasil e não ter entendido nada disso, mas a cultura do berço muitas vezes é muito mais forte do que a cultura onde se vive.

Não sei se te ajudei ou escrevi coisa demais que só atrapalha. Não vou dizer que "se tiver que ser seu, será"
porque inglês pensa demais e quando pesamos demais, não vivemos muita coisa boa.
Se ele tiver um bom amigo que o aconselhe bem, pode ser que ele acorde, mas não se prenda a isso.  

Moça, fico por aqui - talvez algumas coisas que lhe falei sobre a "cultura inglesa" eu venha a falar no meu blog e se me permitir, tirarei daqui do e-mail - NÃO a parte que falo exatamente do seu caso, pode ficar tranquila!
Só as experiências que contei.

Vou ficar aqui torcendo pra que algo novo aconteça - com ele ou outro ;)

Carrie"