segunda-feira, setembro 12, 2022

O dia que pesquisei sites de GP

 Tenho falado muito aqui sobre solidão e da dificuldade de me relacionar. Como vejo que o amor não vinga, pensei em pelo menos matar meus desejos mundanos e encontrar alguém só pra isso.

Muitos me disseram que os apps de relacionamentos estão cheios de caras assim, mas achei que meu caso só poderia ser resolvido através de um profissional da causa: garoto de programa, ou GP, como se intitulam nos sites.

Resolvi fazer uma busca e o preço é caro (você está vendendo seu corpo não seria caro mesmo?), mas as figuras que me deparei me disseram que era melhor eu pensar nos app de "namoro" mesmo...

Não que só havia caras feios, mas o mau gosto é o que mais tem nos perfis: mais foto de pênis do que do resto do cara, mais descrição de tamanho e conteúdo de seus pênis (sim, o conteúdo deles rs se era bem cheio rs). Alguns nem foto de rosto têm, só o pênis mesmo. Acho que nunca vi tanto pênis na vida, pra todos os gostos, mas principalmente para chamar a atenção. Talvez porque muitos dos usuários deste tipo de servidores gostem dessa característica.

Não era o que procurava, procurava alguém para relaxar um pouco, mas que fosse mais sutil. 

Achei um cara sutil, sim, mas ele parecia ser a elite da GP: tinha blog, escrevia bem sobre dúvidas das "leitoras", sem foto do pênis, mas  também sem foto do rosto. Nesse caso, achei que pelo gosto musical postado no blog, o modo como ele escrevia bem e sem ser baixaria, só poderia ser alguém que tem outro trabalho e não quer ser reconhecido neste outro "emprego". Fiquei tentada por tudo isso, parecia o mais discreto e tranquilo entre todos, mas ele não tem um lugar para atender e isso eu não curti, apesar do preço ser alto (tem uns fuleiros que cobram bem mais).

A maioria é bem baixaria mesmo, a grande maioria, só de se ler os perfis você vê que é "é isso aqui, pega aí e pronto!". Vendem muito mal a mercadoria, pelo menos pra mim. Imagino que o público consumidor deles, na maioria, se satisfaça assim e manda ver.

Alguns se dizem massoterapeutas, muitos tântricos e acho que muitos nem sabem do que estão falando, mas devem perceber que isso chama atenção, talvez.

São vários os sites de você pesquisar, mas alguns caras se repetem. Parece que se inscreveram em todos os lugares. Bem, se é o ganha-pão deles, tem que fazer propaganda.

As poses muitas vezes são bem estranhas, principalmente os que tentam enquadrar pênis e rosto ou se mostrar elástico, atlético ou eróticos.

Vi muito "menino". Muitos no estilo funkeiro: aquele cabelo platinado e os óculos coloridos e todo aquele estilo ostentação. Deu a impressão que acham mais fácil viver fazendo programa já que são bem jovens e estão com os hormônios à flor da pele, sem muito estresse pra "agradar" do que trabalhar de outra forma, foi minha impressão porque a gente sabe que se um sabe que o outro ganhou dinheiro "fácil" o amigo também vai querer. Coisa de adolescente destes tempos...

Vi até com camiseta de time.

Vi tipos bem estranhos, mas devem ter seu público: raquíticos, feios e desarrumados. Achei estranho tentarem esse trabalho que é marcado por "beleza e malhação", mas como disse, devem ter o seu público. Tudo tem público.

Depois de muito pesquisar e não achar nada que pudesse matar minha vontade, resolvi baixar um app de relacionamento. E isso fica pra próxima.

Enquanto isso, tem filme em cartaz sobre o tema (balzaquiana querendo diversão com GP). E eu pensava que era coisa só minha...





segunda-feira, agosto 08, 2022

Da rejeição

Quando você se torna cada vez mais musa de balzac e menos de qualquer outro mortal, você pode entrar em pânico e isso ser transformado em sofrimento.

Meu sofrimento vem de todas as rejeições que sofri a vida toda.

De um pai que dizia que eu nunca serviria pra nada e meu irmão sim, seria engenheiro (e não foi porque não quis). 

A uma mãe que me interrompia porque queria ouvir e ver a novela.

As coisad não foram diferentes na minha vida tanto amorosa como profissional. 

Na profissional sempre tentando dar um jeito de mudar as coisas e tentar novos caminhos e sempre que não dava eu ia pro: você nunca vai servir pra nada.

E cada vez que a nova tentativa se mostrava frustrada, o sofrimento por não ser nada e nunca conseguir ser algo, algo que pelo menos me desse alegria.

A vida amorosa foi uma rejeição seguida da outra: o cara que tinha namorada e nunca a largaria por mim; o rei das mulheres que poderia escolher qualquer uma e se achou no direito de me humilhar na frente da vencedora; o que me enganou, pois já tinha uma noiva; o que sumiu por 20 dias porque não conseguia dizer que estava com outra; os que preferiam estar com os amigos do que estar comigo; o que parecia super interessado, mas depois ficou babando na minha cara pela nova a ser conquistada...

As histórias são muitas e sempre com o mesmo fim: eu sendo rejeitada,  nunca a escolhida.

No caso do cara que sumiu 20 dias e sabia de todas as histórias anteriores a ele foi pior: ele foi meu gatilho para a depressão.  Para emagrecer 6 quilos, não conseguir, só dormir e chorar.

Daí em diante ainda tentei ser feliz no amor, mas de novo a rejeição. Sempre ela.

E passou-se 12 anos sem absolutamente ninguém em quem confiar.

Tentei me recriar no amor?

Tentei, mas logo percebi que eram só caras mais carentes que eu e mais problemáticos.  Como vou cuidar de problemáticos se não aguento a mim mesma? Como vou dar conta de mim e do outro? Não vou, não aguento.

Um dos problemáticos era até enrustido: ou seja, se enganava pra si e não ia me rejeitar de alguma forma? Cai fora rápido. Não sofri por ele, sofri pela lembrança que ele me trouxe dos outros sofrimentos, porque percebi que logo de cara ele ia me fazer sofrer por ser egoísta. 

Algo eu aprendi com a rejeição: a exergar rápido quem só quer alguém que o ame, que venere que cuide... dele! Nunca do outro! Nunca uma mão de via dupla.

E, infelizmente, essa é a grande maioria das pessoas: só querem pra si e esquecem que o outro também tem sua carências e quer ser amado também,  quer ser feliz também,  quer estar por um minuto se sentindo bem nesse mundo horrível e ter algo que seja sru apoio e que um possa se apoiar no outro para seguirem essa vida dura.

Estou sem apoio desde sempre. Só tenho um apoio: os antidepressivos e ansiolíticos e não está dando certo.




sexta-feira, julho 15, 2022

A senhora Robinson e o não graduado

Sabe quando você começa a pensar em coisas que aconteceram há muito tempo e se pega a detalhes que não faziam nenhuma diferença para você?

Pois é!

Comecei com uma teoria de que "participei" da 'primeira noite de um homem' sem saber.

Nos conhecíamos há algum tempo, tentamos namorar, mas não deu certo. Eu andava bem afim dele e eu achava que ele queria esperar um pouco para as coisas rolarem entre nós nessa tentativa de namoro, mas eu não me importava muito com isso.

Brigamos, ficamos separados. Até que um dia ele veio atrás de mim. Depois de desencontros, finalmente rolou.

Estava loucamente apaixonada e ele também. Só que nessa paixão toda eu nem me tocava de que havia um certo descompasso. Eu achava que estava muito nervosa porque o amava demais e não ia ficar com ele, como eu tanto sonhava (por outras questões da minha vida). Talvez ele tenha pensado o mesmo: não vamos ficar juntos, mas tem que ser ela (quem sabe?).

Ele deveria também estar nervoso, mas não queria mostrar isso. Queria se manter firme e até se fazer de entendedor de tudo. Só que hoje, relembrando, o entendimento dele era teórico porque ele falava sobre porcentagens e estatísticas (sim!) e quem é que vai falar se algo vai dar certo através de números? Acho que nem um matemático (não era o caso dele). 

Percebi uma certa falta de entrosamento dele, mas achava que era comigo dada a situação de não ficar com ele além daquele Carnaval. Só que algumas coisas não se encaixavam, algumas coisas não batiam. 

(não serei explícita, desculpem, se quiserem isso procurem outro blog)

Em certo momento ele ficou nervoso e eu tentava quebrar o gelo brincando e ele não gostou. Como se eu tivesse estragado tudo. 

Pode ser que eu tenha mesmo estragado porque eu não sabia da situação dele (se era esse mesmo o caso). Se soubesse, teria sido diferente. Claro que no começo ficaria meio assustada, mas depois ia dar o melhor de mim para fazê-lo bem feliz.

Se é que pensando ser nossa primeira e última vez eu conseguiria fazê-lo feliz, já que eu estava triste por dentro, sofrendo já por antecipação pela despedida.

Tudo que eu queria era ficar com ele e ele comigo, mas ele cedeu. Se ele não cedesse, eu teria cedido. 

Se estaríamos juntos até hoje? 

Não sei. 

Nunca se sabe, mas o medo dele é que ele estragasse meus sonhos e um dia eu o culpasse, quando meu sonho mesmo era ele e a decisão de desistir de um sonho "menor" seria única e exclusivamente minha.

Porque o amor é o maior dos sonhos de se realizar.

Outra teoria minha é de que ele queria me engravidar pra que eu ficasse, não que talvez fosse uma coisa consciente dele, mas pensei nisso também por algumas coisas que rolaram depois: numa conversa boba ele chegou a pensar que eu estava grávida. Como eu falei antes, também não me apeguei a esse detalhe, mas depois fiquei pensando se ele não queria muito isso para mudar as coisas. Se ele até torcesse por algo assim.

Não fui uma Mrs. Robinson: a mulher fatal, dissimulada para conseguir o que quer e ele não foi um Benjamin: displicente e bobo que não sabia o que era amor.

Éramos o contrário.


terça-feira, junho 07, 2022

Solidão, stalker e depressão

Ando bem deprimida e eu sei qual foi o "gatilho" da vez...
A solidão te faz pensar em como teria sido SE... e daí eu fui ali nas redes sociais xeretar a vida dos outros. Mais precisamente de caras por quem me interessei.

Conselho: NUNCA façam isso. 

Fui lá e vi a vida deles com esposa e filhos e isso me deixou muito mal, porque passamos a vida toda sendo "programadas" para exatamente isso: ser esposa e ter filhos e quando vi aquelas fotos felizes (ou não, só na rede social) me deprimi de vez.
Aquela cara de mãe provedora, de uma das esposas, com os filhos e o marido em primeiro plano e ela, em segundo plano, mas de rosto altivo, como se dissesse: "é tudo meu" me matou por dentro e eu fui me diminuindo...

Por mais que pensasse: não ia dar certo com eles, porque: 

O 1o.: você era apaixonada e ele só se fazia de amiguinho porque era conveniente e sabia que você estava interessada nele, senão nunca teria feito ciúmes para você, mas não largaria a namorada;

O 2o.: teve duas filhas pra aprender a não tratar mal as mulheres como fez com você e com as outras que ele magoou enquanto se achava o rei das mulheres;

O 3o.: parecia afim de você, mas só tinha um interesse: sexo, mas você se lembra bem de como ele babava pela outra menina com quem ele teve 2 filhos e depois a largou pra continuar numa vida de solteiro livre e desimpedido;

O 4o.: ficou com você sem que você soubesse que ele namorava uma menina há uns 6 anos, pelo menos, ele disse que tinha terminado para você ficar com ele...

Nenhum deles valia a pena, nenhum deles deu valor a você, então, se as esposas se sentem tão poderosas, é porque algo elas aceitaram, algo elas tiveram que engolir. 
O orgulho delas pode não ser real, pode ter sido construído aceitando traições e mentiras, pode ser que não, pode ser que nada disso tenha acontecido, que com elas, eles as trataram como deveriam, mas será que elas sabem de tudo isso sobre eles? As filhas deles vão saber?

As redes sociais fazem esse péssimo papel de todos terem famílias felizes e você que não tem e não terá se sentir mal. 
Como se  sentir bem? Não sei.