terça-feira, agosto 13, 2019

Amor - 2008 - "... in the end the love you take is equal to the love you make"

Achei esse texto num DVD que gravei várias coisas, não lembrava que tinha guardado este texto.
Encontrei agora e fiquei comovida, não me lembrava de toda essa intensidade do amor, faz tanto tempo que não sinto isso e bate uma tristeza por não ter dado certo...
Eu estava beeeem inspirada!
Abaixo:

"... in the end the love you take is equal to the love you make"



Às vezes as coisas acontecem assim, de repente... como um susto que você leva, acontece (REALMENTE) quando você não espera.

Num dia de janeiro estava eu reencontrando um grande amigo, uma pessoa que admiro há muito tempo e da qual essa admiração passou a ser algo maior, há muito tempo. Algo maior e mútuo, mas nem eu nem ele estávamos preparados para isso na época. Daí a forte amizade continuou, talvez menos próxima depois desse incidente de alguns anos atrás, mas o que um sentia pelo outro ficou guardado.
Num sábado finalmente nos vimos, olhos nos olhos novamente e assim que o vi de longe, senti algo muito bom, já estava ansiosa para revê-lo depois de mais de dois anos depois da última vez que estivemos lado a lado, face a face, sorrindo e conversando - tentando não pensar no que sentíamos de mais forte um pelo outro - não era possível pra nós, ainda.
Quando o vi, uma alegria tomou conta de mim, parecia que todos os meses que havia passado tão triste, não existiam mais. E o mais engraçado é que eu nem esperava revê-lo, mas quando marcamos de nos encontrar, apenas pra bater papo com outro amigo em comum, a ansiedade (do bem rs) foi tomando conta de mim, era uma saudade, uma vontade de vê-lo, de estar perto, que me deixava feliz, calma, tranquila. Ele estava tão lindo como sempre, com uma camiseta verde combinando com seus olhos da mesma cor. Com certeza um sorriso apareceu no meu rosto, um sorriso que eu não tinha há muito tempo.
Bater papo ali com ele e outro amigo, não me importava - na verdade, mal lembro de tudo que se falava: política? música? - o importante era estar ali ao lado dele, sentí-lo ali do meu lado.
Seus torpedos me deixavam um pouco apreensiva, me chamava de "querida", não vou mentir, fiquei com medo... eu tinha sofrido muito fazia pouco mais de um ano que vivia "traumatizada".
"Querida" poderia ser só um jeito carinhoso, mas me dava um frio na barriga... uma mistura de sentir um carinho pelo jeito como ele escrevia e também medo, medo de que aquilo fosse apenas uma palavrinha no meio de outras... - mesmo sabendo que ele sempre me quis bem e claro que eu poderia ser "querida" de alguma forma por ele -, mas quando se está na "fase gata escaldada", tudo é temeroso...
Conversamos no dia seguinte, ele chegou todo afobado, talvez medo de se atrasar, não sei... o calor também era escaldante.
Dessa vez tivemos uma conversa sozinhos, acho que foi a primeira vez que falei muito mais da minha vida, da minha família do que tinha feito em todos esses anos que nós nos conhecíamos... talvez eu já estivesse preparada para falar das coisas que eram pra mim "infaláveis", inconfessáveis... Também ele me contou muitas coisas da sua vida que eu sabia pouco, parece que foi um dia de abrir o coração, de apenas conversar sobre várias coisas boas e ruins que aconteceram. Ter um ao outro pra se apoiar e eu ainda me assustar por ouvir coisas tão lindas, que me deram medo de ouvir, mas são as coisas que a gente sempre quer ouvir de alguém especial e não acredita quando acontece.
A verdade é que quando ele falou essas coisas tão lindas eu realmente me apavorei, acho que ainda estava muito machucada do que me aconteceu anteriormente e que, claro, não poderia ter sido com ele.
Falei algumas besteiras, admito, era o medo, o pavor de ser de novo apenas palavras e meu lema naquele momento era "trust no one".
E se palavras passam, atitudes ficam e é nisso que eu passei a acreditar. E quando há a combinação palavras e atitudes, nooooooooo é bão dimais, sô!
Esse segundo dia foi só de desabafo, como se fosse um momento de realmente nos conhecermos - apesar dos anos - "é você mesmo? era quem eu estava esperando?"
Num outro dia nos encontramos, ele foi meu guia, me apresentou muita coisa que eu não conhecia, percebi claramente que ele estava nervoso (e lógico que eu também). Cada minuto só pensava em beijá-lo. Até que num momento de descanso, de muito andar, muito ver, finalmente nos encontramos. Um momento inesquecível, um momento que nos "desarmamos" e deixamos que o que sentíamos falasse...
Ainda foi um dia que estávamos muito nervosos de estar um com outro, mesmo depois do beijo. Era uma sensação muito viva, alegre. Passamos mais dias juntos, todos os dias seguintes de férias juntos e conhecendo melhor o outro. Sempre uma alegria percorrendo nossos sorrisos, um brilho nos olhos.
Sentir sua mão dada à minha é como me sentir tão segura, tão confiante, como se ali fosse o melhor lugar para ela estar: no entrosamento dos nossos dedos, apertando bem forte a sua mão. Como se eu pudesse enfrentar milhões de coisas, chegar em qualquer lugar de peito aberto para tudo, só de estar apertando sua mão.
Seu abraço é como um aconchego, é como encontrar o abrigo perfeito. Sinto-me como que se tivesse encontrado o meu porto seguro e nunca quero deixar dali... porque é bom demais! É se sentir tão tranquila, tão bem...
Seu beijo é doce, carinhoso, e uma sensação indescritível de amor que acontece quando nos beijamos.

Sei que passei dias muito insegura, até deprimida, medo de perder tudo isso? Ou medo de que fosse sonho?
Aos poucos isso foi passando, conversar com outras pessoas, ouvir outras opiniões de quem passou por coisa parecida ou mesmo eu parar e refletir, fizeram com que eu percebesse que estava errada, que estava entrando numa paranóia, talvez pudesse chamar assim, e finalmente acordar, não de um sonho, mas pra realidade. A realidade é boa, não tem porque eu ter medo, não tem porque eu remoer coisas que não existem, tudo está muito claro e o melhor é aproveitar. Ouvir a voz dele no telefone me faz tão feliz, ele me contar as novidades do dia de trabalho ou de outras coisas da vida e perceber que sou tão importante quando ele diz "nossa, eu queria te contar isso!" Fizeram com que meus medos se dissipassem, até lembrei daquele poema do Neruda:

"Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono."

Sei hoje que sou muito feliz e tenho muita sorte, talvez ter levado sempre adiante como mantra a frase dos Beatles tenha me fortalecido: "... in the end the love you take is equal to the love you make"
Todo o carinho que ele me dá, todo o apoio que me empurra pra frente dizendo "isso! vai em frente! tenta mesmo! isso é ótimo!". E tudo mais que já disse e o que não disse aqui, vão ser sempre especiais, vão ser sempre momentos mágicos, profundos, queridos e bem guardados na minha memória.
Se compartilho hoje tudo isso aqui é porque eu já compartilhei tantas coisas tristes, tá na hora das coisas alegres também aparecerem aqui e dizer que as coisas boas acontecem. Só que não podemos ansiar por elas. Elas só acontecem quando têm que acontecer. Quando a gente menos espera...
Mas não é só por isso que escrevi tudo isso!!!
E sim porque esse homem tão especial faz aniversário hoje!! E acho que deu pra perceber que eu o amo muito, né? rss
Parabéns, !!!, meu amor! Seja sempre muito feliz!

E para fechar esse post, dedico esse poema do Vinicius, porque eu pensei muito na frase "que seja infinito enquanto dure". Porque todo amor deve ser visto assim: infinito e nunca esperar pelo eterno, o eterno a gente vai construindo e pode ser que ele chegue lá!

Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.




domingo, março 17, 2019

Da Vida sem emoção

Anos sozinha, anos com medo e tentando esquecer a vida romântica com outras questões, como a profissional (que está uma droga) ou qualquer outra coisa que me faça esquecer da vida real.

Ultimamente o que me alegra e faz esquecer a vida real são os ídolos, sim aqueles artistas que você ama, acha gato demais e nunca estarão na sua vida de verdade.

Porque é muito mais fácil se imaginar em outro lugar, num daydream, do que na sua vida. 
Isso é coisa de adolescente, admito, mas parece que nunca saí dessa fase.

Queria não estar agora olhando fotos do Instagram de famoso, acompanhando seus passos como stalker quase. Fico lendo sobre a vida dele e pensando o quanto  temos em comum, mas isso não adianta de nada, ficar me achando a certa pra ele... isso é fantasia e eu não saio da fantasia.

Queria ter uma vida de verdade. Eu não consigo dar um passo à frente.

Mas o tempo passa, nada acontece e fico triste quando penso na realidade (estou chorando aqui). Nenhum famoso vai responder à minha mensagem, nem curtir o que escrevi na postagem dele. E nenhum cara normal aparece na minha vida como um "wonderwall" que vai me salvar... 

Porque, eu sei, na verdade, ninguém pode me salvar além de mim mesma, mas como fazer isso acontecer? Eu não sei, não sei sair dos meus 16 anos e ficar esperando o príncipe que vai me salvar da torre com o dragão.

Tudo é muito triste por isso prefiro continuar "esquecendo" a minha vida e viver sem emoção, sem alegria real. Porque quando penso nos meus amigos, todos estão felizes e com alguém e parece que isso nunca acontece comigo. Parece sempre que estou numa estrada andando a pé não sei pra onde e todos passam em alta velocidade de carro por mim e eu fico pra trás...
É assim que me sinto, pra trás, deixada pra trás.

Quando isso vai ter fim? Não sei, talvez nunca... talvez eu seja como uma amiga se autointitulou: forever alone, hopeless. 
Me sinto muito sem esperança nesse momento.
E nem o sapo aparece...





*Ouvindo um dos meus queridinhos... falando que príncipes são pessoas normais no final...