quinta-feira, janeiro 12, 2017

"Advice for the Young at Heart"

Duas adolescentes vieram me falar sobre os sentimentos que têm por dois garotos. Achei muito engraçado que tanto uma como a outra disse a mesma coisa para mim: sou muito nova para namorar, preciso estudar.

Já tive a idade delas e também já falei a mesma coisa e vendo pelo prisma de quem tem quase 30 anos a mais que elas, eu digo: estude, mas vá namorar! Se permita!

Eu falo por experiência, experiência de quem preferiu estudar e acabou estudando muito, sendo a melhor da sala, mas a que nunca tinha sido beijada. Não vale a pena perder a adolescência, uma fase que considero de se experimentar o mundo, só estudando. Sei que é importante estudar, mas tudo tem que ter equilíbrio. Eu não tive e isso hoje me faz falta.

Acredito que se tivesse me permitido mais na adolescência teria sofrido menos com os caras que conheci na fase adulta. Teria tirado eles de letra! Não tinha ficado traumatizada com uns e sonhando com outros. Teria dado um basta e seguido em frente!

Acho que a adolescência serve exatamente pra isso: pra começar a ficar esperta e não sofrer para sempre com o amor. Sei que é duro ficar apaixonada e ficamos cegas, mas isso não é só na adolescência, é em qualquer idade... 
Fortalecer-se na adolescência deve ser muito mais proveitoso do que chegar à fase adulta e estar totalmente sem experiência, sem manha, sem "descolamento".

Sofreremos por amor na fase adulta, sim, mas com o alicerce construído na fase adolescente, deve fazer um bem maior, o bem de ter experimentado sentimentos numa fase em que os hormônios é quem pensa e passar assim a desfrutar melhor da vida adulta. 
Pelo menos eu acho...

Falo como aquela que não experimentou o ficar adolescente (e foi na minha época que isso começou, o "ficar" ou pelo menos com esse nome, começou nos anos de 1990), mas só depois e ficava esperando uma ligação, não aprendi, por exemplo, que eu não deveria esperar com ansiedade, eu não vivi antes e não entendia por que não me retornavam... não entendia que era apenas ficar, que não era pra sempre e pra sempre, sempre acaba, não é mesmo?
E fico imaginando que se tivesse me jogado mais na vida adolescente, menos eu sofreria quando adulta...

A verdade é que fiquei quieta, não disse o que penso às duas meninas, porque sei que elas são de uma outra geração, muito mais desencanada que a minha e torço para que elas tenham uma vida em equilíbrio entre amor e estudo, amor e trabalho e assim por diante.