sábado, novembro 04, 2006

Capítulo 23: outro estágio

Um dia ela é sua melhor amiga, você compartilha todas as suas angústias, ilusões, medos, sentimentos com ela. Em outro momento, acha tudo infantil, você "cresce", não é uma adolescente mais bobinha que vê tudo com os olhos da mocinha que a Meg Ryan faz em todos os seus filmes.
O problema é quando essa amiga continua enxergando as coisas assim... fica tudo estranho, porque você aprende que não é o cara mais lindo do mundo que vai te fazer feliz, nem aquele que você acha que dá umas olhadas de vez enquando em você e que nunca chega em você - porque ele nem percebe que você existe, na verdade (era tudo coisa da sua cabeça e da sua amiga).
E, enquanto você acorda e pára de se iludir, a única coisa que ela faz é sempre te dizer:
ai, não sei se mostra a foto do meu paquera... ele não é lindo... (coisas que toda vez a pessoa tem que te dizer, como se ainda fôssemos adolescentes deslumbradas)
Ou tem de te perguntar duas coisas quando te encontra (e essas são fatais!!! ela nunca deixa de perguntar!!!):
e aí, tá namorando??? (a segunda é só quando da afirmativa)
e aí????? já "rolou"????


Eu queria entender o porquê da pessoa sempre ficar tão interessada se rolou ou não... não parece uma coisa ainda adolescente pra saber quem "chegou primeiro"? rss
Adolescentes que ainda têm suas fantasias ou curiosidades...

E é tão chato você ter tido uma amizade forte com uma pessoa e perceber que ela está no mesmo nível de 12 anos atrás e aí eu acabo me sentindo culpada por não querer muma reaproximação da amizade. Porque eu sei que a pergunta "e aí? rolou?" irá aparecer e eu não quero falar nada da minha vida.
Se rolou/ rola/ rolará isso é meu! Só meu! (e dele também rs)

3 comentários:

Cristina disse...

Esse post me fez pensar em uma coisa que eu te conto depois, em off rs. Me lembra.
beijo!

denise disse...

ahhh! mas isso é tãããão relativo, carrie! na adolescência a gente quer negar que é diferente de todo mundo, tipo querendo se "parametrizar" intelectualmente, sabes.? e depois vêm os empregos, e (lembro de um certo blog comentando, certa vez, que não tinha como comentar sequer filmes com os "colegas" de trabalho - hehehe - é um blog que eu curto bastante), então essa "percepção" de que todo mundo que tá na volta da gente tá em degraus diferentes é difícil!.. quem é que quer "não ter diálogo", né verdade? aí a gente vai ficando que nem o abacaxi aquele criado dentro do vidro, lembras? que vira quadrado..
eu não sei, carrie. os amigos vão mudando, na vida da gente, como a gente mesmo, entende? às vezes eu comento com a minha irmã "nossa, como fulano/ana tá velho, né?" e não olho pro meu próprio rabo, né? (rs.. só ELES é que envelhecem!!).. a gente também estaciona na adolescência e infância em alguns aspectos (um livro tri bom que fala disso, ponta-de-lança pro feminismo mesmo pra quem possa não ser tão simpático assim ao tema, é o segundo sexo, da simone de beauvoir, onde ela "investiga" quando a gente pára na nossa infância ATÉ decidir virar "mulher" de uma vez; porque em MUITOS aspectos a gente é a filha, a aluna, a colega, a adolescente, e não cresce nunca..)
ihh! mas eu me perdi da questã inicial! haha...
o que eu quero dizer é que, sei lá, eu DETESTEI minha adolescência, mas pelo menos ela me permitiu me tornar alguém melhor no agora até por força de querer escapar daquilo tudo. tipo, eu me dei conta do que era horrível (odiaria voltar àquela época) e mudei, tua colega e mais UM MONTE de gente não se dá conta às vezes nunca!! rs...

bjs mme carrie!!

Anónimo disse...

Pra certas pessoas o tempo parece que não passa! No mau sentindo! hehehehe!!

Beijo!