terça-feira, junho 24, 2008

Capítulo 32: mãe versus amante

Há algumas semanas, conversava com uma amiga a respeito do rapaz do post "carrie aconselha", sobre o "mocinho" do qual falava nessa historinha. Daí, resolvi pesquisá-lo com essa amiga naquele "site de relacionamento", como diriam "orkut" na Globo.

Vasculhando o encontrei casado, pai dedicado de gêmeas, ultra-religioso - coisa que eu nem sabia que ele era... - está em sites católicos aos montes e em profissionais. Claro que fui conhecer a esposa: que fez um perfil de mulher muito feliz por ser católica e mãe dedicada.

Isso foi o mais engraçado de ambos os perfis: eles se anularam, só falam das filhas -que devem ter por volta de um ano de idade. As fotos nos perfis são das gêmeas, o que seria o nome da esposa é "fulana e sicrana, mamãe ama vocês" e tudo gira em torno das meninas, assim como as fotos são de estúdio. Existe até comunidade para as meninas e a mãe está em várias comunidades de agenciamento para propagandas etc.

Disse a minha amiga que, realmente, não era mesmo pra rolar nada entre mim e o rapaz, não tínhamos nada em comum. Não conseguiria me imaginar fazendo o papel da esposa dele: milhões de comunidades sobre mamães e bebês (principalmente "mãe: minha profissão" e outras do naipe em que se é mãe em tempo integral).

Não sei, achei tudo tão fake... tão "família dileta e feliz" uma coisa tão "minha vida são minhas filhas e a religião" e adeus casal...
Dá a impressão de se suplantar as insatisfações através de tornar as filhas famosas e tentar não pensar no que está dando errado, através da religião... ou quem sabe manter um padrão por conta da religião e aí não se sabe se isso satisfaz ou não.
Tô falando de sexo nesse último caso? Lógico!!

Eu não sou mãe e nem consigo me imaginar como uma, mas sei me imaginar como amante.
Não acredito que alguém que se dedique em tempo integral, planejando carreira de filhos e só coloque fotos de encontro de igreja seja feliz na cama...(uaaaau!!!)
Tudo, até onde sei, é pecado: "procriai-vos e multiplicai-vos" isso eles já fizeram, agora chega!

Pensei muito sobre não conseguir me imaginar ser mãe procurando receita de papinhas no orkut (é, ela está em uma) ou fazer álbuns e álbuns no orkut de meus filhos - todas fotos de estúdio...
Nunca consegui me imaginar mãe de bebês, só de filhos adolescentes, adultos - será que é porque estou tão longe dos "pequeninos" que só os imagino grandes ou porque aí eu imaginaria menos trabalho pra mim?

Sei que não sei como seria, sei que amigas minhas que têm filhos se tornaram mães babonas. Talvez, eu seria também, mas não a ponto de expô-los na internet e ficar querendo fazer uma carreira para eles.
Não iria querer meus filhos em comerciais de tv (já tô mostrando a superproteção...) e, mais ainda, não iria querer que existisse apenas a "Carrie mãe" e adeus profissão. E, o mais importante: não sei se conseguiria deixar de ser "Carrie amante".

6 comentários:

Tania Capel disse...

pois eh.. a gente não se vê família! ah, carrie, preciso de vc para entender meu mister big... rs!
beijos e quijos

Carrie Bradshaw Tupiniquim da Silva disse...

ai ai... esses nossos mrs big rss

Anômima disse...

Ah, me identifico muito com vc. Também não consigo me imaginar mãe, nem daqui a dez anos. Quando vou em festa de criança e vejo os pais que organizaram a comemoração, todos apenas preocupados com o filho, distantes um do outro... é estranho, muito estranho. Nasci para não ser mãe.

Dan Vícola disse...

Hahahahahahaha!
"Carrie", que emoção "estar comentando" aqui, no seu blog! Rs.
Eu nunca o tinha lido - vejo sempre o outro.
Adorei seus relatos! =)
Beijos!

Cristina disse...

Eu não sei se assumir o papel de mãe anula todos os outros. Acho que não precisa ser assim. Mas cada um com suas escolhas e cada um com seus pobremas rs
beijo!

Menina Enciclopédia disse...

também acho q mãe não deveria ser um papel 24h, senão a mulher se descaracteriza total, vira alguém sem vida própria, né?