sexta-feira, julho 15, 2022

A senhora Robinson e o não graduado

Sabe quando você começa a pensar em coisas que aconteceram há muito tempo e se pega a detalhes que não faziam nenhuma diferença para você?

Pois é!

Comecei com uma teoria de que "participei" da 'primeira noite de um homem' sem saber.

Nos conhecíamos há algum tempo, tentamos namorar, mas não deu certo. Eu andava bem afim dele e eu achava que ele queria esperar um pouco para as coisas rolarem entre nós nessa tentativa de namoro, mas eu não me importava muito com isso.

Brigamos, ficamos separados. Até que um dia ele veio atrás de mim. Depois de desencontros, finalmente rolou.

Estava loucamente apaixonada e ele também. Só que nessa paixão toda eu nem me tocava de que havia um certo descompasso. Eu achava que estava muito nervosa porque o amava demais e não ia ficar com ele, como eu tanto sonhava (por outras questões da minha vida). Talvez ele tenha pensado o mesmo: não vamos ficar juntos, mas tem que ser ela (quem sabe?).

Ele deveria também estar nervoso, mas não queria mostrar isso. Queria se manter firme e até se fazer de entendedor de tudo. Só que hoje, relembrando, o entendimento dele era teórico porque ele falava sobre porcentagens e estatísticas (sim!) e quem é que vai falar se algo vai dar certo através de números? Acho que nem um matemático (não era o caso dele). 

Percebi uma certa falta de entrosamento dele, mas achava que era comigo dada a situação de não ficar com ele além daquele Carnaval. Só que algumas coisas não se encaixavam, algumas coisas não batiam. 

(não serei explícita, desculpem, se quiserem isso procurem outro blog)

Em certo momento ele ficou nervoso e eu tentava quebrar o gelo brincando e ele não gostou. Como se eu tivesse estragado tudo. 

Pode ser que eu tenha mesmo estragado porque eu não sabia da situação dele (se era esse mesmo o caso). Se soubesse, teria sido diferente. Claro que no começo ficaria meio assustada, mas depois ia dar o melhor de mim para fazê-lo bem feliz.

Se é que pensando ser nossa primeira e última vez eu conseguiria fazê-lo feliz, já que eu estava triste por dentro, sofrendo já por antecipação pela despedida.

Tudo que eu queria era ficar com ele e ele comigo, mas ele cedeu. Se ele não cedesse, eu teria cedido. 

Se estaríamos juntos até hoje? 

Não sei. 

Nunca se sabe, mas o medo dele é que ele estragasse meus sonhos e um dia eu o culpasse, quando meu sonho mesmo era ele e a decisão de desistir de um sonho "menor" seria única e exclusivamente minha.

Porque o amor é o maior dos sonhos de se realizar.

Outra teoria minha é de que ele queria me engravidar pra que eu ficasse, não que talvez fosse uma coisa consciente dele, mas pensei nisso também por algumas coisas que rolaram depois: numa conversa boba ele chegou a pensar que eu estava grávida. Como eu falei antes, também não me apeguei a esse detalhe, mas depois fiquei pensando se ele não queria muito isso para mudar as coisas. Se ele até torcesse por algo assim.

Não fui uma Mrs. Robinson: a mulher fatal, dissimulada para conseguir o que quer e ele não foi um Benjamin: displicente e bobo que não sabia o que era amor.

Éramos o contrário.


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